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O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) informou na madrugada desta segunda-feira (29) que, com 80% dos votos apurados, Nicolás Maduro foi o vencedor das eleição presidencial realizada no domingo (28).

Segundo o CNE, liderado por um aliado do presidente venezuelano, Maduro teve 51,2% dos votos e o principal candidato da oposição, Edmundo González, 44%. O resultado indica uma diferença de 704 mil votos entre os dois candidatos – como os dados finais ainda não foram divulgados, esses números devem mudar.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) informou na madrugada desta segunda-feira (29) que, com 80% dos votos apurados, Nicolás Maduro foi o vencedor das eleição presidencial realizada no domingo (28).

Segundo o CNE, liderado por um aliado do presidente venezuelano, Maduro teve 51,2% dos votos e o principal candidato da oposição, Edmundo González, 44%. O resultado indica uma diferença de 704 mil votos entre os dois candidatos – como os dados finais ainda não foram divulgados, esses números devem mudar.

Minutos após a divulgação, Maduro disse em discurso a apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, que sua reeleição era o triunfo da paz e da estabilidade.

“O povo disse paz, tranquilidade fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará”, disse Maduro.

Com o resultado, Maduro – um ex-motorista de ônibus de 61 anos que se tornou chanceler da Venezuela – deve permanecer mais seis anos no poder em Caracas, chegando a 17 anos no comando do país. Hugo Chávez governou a Venzuela por 14 anos até sua morte, em 2013.

A oposição, que tem denunciado irregularidades, contestou os números divulgados pelo CNE, e disse que, em suas contas, Edmundo González teve 70% dos votos e Maduro, 30%. Resultados de duas pesquisas de boca de urna divulgadas pela agência Reuters indicavam vitória de Gonzáles por larga vantagem.

“Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González”, disse Maria Corina Machado, a líder da oposição que foi impedida pelo regime de Maduro de disputar a eleição.

Em breve discurso, González – que assumiu a candidatura após o impedimento de Maria Corina – disse que “não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada”.

De acordo com o CNE, 59% dos eleitores participaram da votação – 13 pontos acima dos 46% registrados em 2018, quando Maduro conquistou seu segundo mandato em um pleito marcado por denúncias de fraude, boicote da oposição e alta abstenção.

Oposição denunciou irregularidades e pediu vigila por contagem paralela

O anúncio do CNE ocorreu após horas de indefinição (em 2018, os resultados foram divulgados no mesmo dia da eleição) e em meio a queixas da oposição de irregularidades na apuração dos votos, que pediu a seus apoiadores para fazerem uma vigília nos locais de votação e viabilizar uma contagem paralela dos votos.

Em sua primeira coletiva de imprensa para divulgar o primeiro boletim com resultados parciais das eleições, o CNE atribuiu a demora a uma “agressão ao sistema de transmissão de dados que atrasou de maneira adversa a transmissão dos resultados dessas eleições presidenciais”.

“Nas próximas horas estarão disponíveis na página do Conselho Nacional Eleitoral os resultados mesa por mesa, tal como historicamente temos feito graças ao sistema automatizado de votação. Igualmente, se entregará às organizações com fins políticos os resultados em um CD, conforme a lei”, afirmou o CNE.

Com a demora na divulgação dos resultados e alegando que o governo estava impedindo o acesso às atas de votação, a oposição pediu que a população faça vigília em família nos locais de votação para checar os resultados.

Repercussão

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse que o país “tem sérias preocupações de que o resultados não refletem a vontade ou os votos do povo venezuelano”.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse que os resultados que o regime chavista divulga são “difíceis de crer”.

“Do Chile, não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, disse o chefe do Executivo chileno.

O chanceler peruano, Javier González-Olaechea, condenou “ao extremo a soma de todas as irregularidades” do processo eleitoral.

Antes da divulgação dos resultados, outras lideranças internacionais haviam cobrado transparência e respeito aos resultados.

Votação teve longas filas e clima tranquilo

Apesar do clima de tensão – o pleito de 2024 foi considerado o mais desafiador para o chavismo em seus 25 anos – a votação ocorreu sem grandes episódios de violência – em um ponto de votação em Caracas, houve confusão com empurrões e tapa na fila de eleitores antes da abertura dos portões.

“Eles não nos deixam entrar, por quê? Queremos votar, queremos ser uma nação venezuelana livre e não chavista nem madurista, para que estejamos todos juntos”, disse o eleitor Oscar Marquina, segundo a Reuters.

Houve longas filas em vários locais de votação.

O horário oficial de votação foi das 7h às 19h, mas eleitores que estivessem na fila após o fim do horário final.

Maduro votou logo no começo do dia, e disse que reconheceria os resultados oficiais. González votou pouco depois das 14h, e afirmou acreditar que as Forças Armadas respeitariam as votações.

“Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro a repórteres, após deixar o local de votação.

Por sua vez, ao deixar o local de votação, González disse acreditar que as Forças Armadas venezuelanas respeitarão o resultado.

Voluntários dos partidos de oposição e pró-governo enfrentam a segurança exigindo entrar no centro eleitoral Andrés Bello, em Caracas, Venezuela, 28 de julho de 2024 — Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria
Voluntários dos partidos de oposição e pró-governo enfrentam a segurança exigindo entrar no centro eleitoral Andrés Bello, em Caracas, Venezuela, 28 de julho de 2024 — Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria
Eleição na Venezuela — Foto: Juan Silva/g1
Eleição na Venezuela — Foto: Juan Silva/g1

Fonte: G1

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