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As vendas no comércio durante o período do Natal deste ano devem movimentar cerca de R$ 38 bilhões na economia brasileira. A estimativa é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O valor é cerca de 22% menor do que o movimentado no mesmo período do ano passado e é reflexo direto dos impactos da pandemia da Covid-19.

Em entrevista exclusiva do portal Brasil61.com, o gerente-executivo da CNDL, Daniel Sakamoto, afirmou que apesar da perda em relação a 2019, diante do contexto de crise sanitária mundial, o valor é importante para a economia brasileira. Segundo Sakamoto, com base em uma pesquisa da CNDL e da Offer Wise Pesquisas em todas as capitais, 54% dos consumidores em território nacional devem ir às compras neste Natal.

“A gente sabe que esse foi um ano atípico, difícil, em que a pandemia causou muito problema na saúde e na economia brasileira. O comércio teve um impacto negativo muito grande nos meses de março, abril, maio e junho. A partir de agosto, as coisas começaram a melhorar. Acreditamos que esse valor (R$ 38 bilhões) vai amenizar o prejuízo que os comerciantes tiveram durante o ano. Não vai ser suficiente para ninguém sair feliz ou comemorando, mas é suficiente para trazer de volta um pouco de otimismo e esperança para um 2021 melhor. Acreditamos que é um número bom dentro do contexto que vivemos atualmente”, diz Sakamoto.

Com a pandemia ainda em alta no País, Sakamoto destaca que as recomendações de segurança contra a Covid-19 permanecem as mesmas. Quem for às compras, deve estar de máscara. Assim como os lojistas que irão receber os consumidores. “Distanciamento, máscara, álcool em gel, cuidado nos provadores, limitar o número de pessoas dentro da loja. O empresário tem condições de implantar esses protocolos e é importante que o consumidor faça sua parte também”, destaca.

A necessidade de distanciamento social levou a população à internet em busca de ofertas ao longo do ano. Na avaliação de Daniel Sakamoto, o comércio online deve ganhar mais espaço na escolha do consumidor na hora de comprar. “A pandemia acelerou o e-commerce no Brasil. Uma vez que o brasileiro se acostumou a fazer compras pela internet, esse é um meio que deve ficar. O lojista tem que se acostumar”, ressalta. “Nas compras online, os consumidores devem pesquisar se a empresa tem registro no Procon e verificar a reputação das lojas em sites de avaliação”, completa.

Neste ano, os cosméticos se juntam ao vestuário, calçados e brinquedos como principais produtos vendidos na época de Natal. “A novidade é a entrada dos cosméticos. De alguma forma é um impacto da pandemia, as questões dos cuidados pessoais. Esses quatro setores talvez tenham sido os mais afetados negativamente durante os meses de isolamento e de comércio fechado. É um alento para os comerciantes desse setor”, avalia Sakamoto.

Quanto aos empregos no segmento do comércio, Sakamoto espera que sejam geradas vagas de trabalho temporário, embora a expectativa seja baixa em comparação com o Natal do ano passado.

“A gente vê que a tendência de vagas temporárias existe. O comércio, apesar de todas as dificuldades, está contratando, mas é difícil ter um comparativo em relação a 2019. Nossa expectativa é de que não tenhamos um número de vagas temporárias como foi no ano passado. Todo trabalho é bem-vindo para tentar amenizar os efeitos da pandemia”, diz.

“Todo mundo acredita que 2021 vai ser melhor que o ano atual. No entanto, temos incerteza quanto ao rumo da economia e da pandemia. Mas entre os empresários lojistas, há um otimismo de que o pior já passou”, completa Sakamoto.

Fonte: Brasil 61

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