O senador licenciado e ex-vice-líder do governo, Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro escondido na cueca, pode retornar ao Senado ainda essa semana.
Interlocutores do congressista disseram ao Congresso em Foco que apesar da licença acabar na quarta-feira de cinzas (17) ainda não há confirmação se o senador voltará de fato ao posto. Caso Chico Rodrigues não retome suas funções, deverá pedir nova licença ao presidente da Casa, seu correligionário Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Desde que foi afastado em outubro de 2020, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), filho e primeiro suplente do senador, não foi convocado para assumir a vaga. Seu caso está parado, pois o Conselho de Ética da Casa ainda não foi instalado.
Chico Rodrigues é acusado de desviar recursos que seriam destinados para o combate da covid-19 em Roraima. Após ser pego com cerca de R$ 30 mil nas roupas íntimas, o parlamentar pediu afastamento do Senado por 121 dias.
A situação rendeu ao senador a perda do cargo de vice-líder do governo e a fama de ter sido encontrado com dinheiro nas nádegas. A assessoria de Chico Rodrigues afirma que essa informação não é verdadeira.
Relembre o caso
Em outubro de 2020, a residência do senador Chico Rodrigues em Boa Vista (RR) foi um dos alvos da operação da Polícia Federal intitulada Desvid-19. Eram investigadas contratações realizadas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde envolvendo aproximadamente R$ 20 milhões que deveriam ser utilizados no combate à pandemia. A polícia apreendeu dinheiro vivo dentro da cueca do senador. Os investigadores encontraram cerca de R$ 30 mil na residência de Chico Rodrigues.
No dia seguinte à operação, o presidente Jair Bolsonaro disse que seu governo “defende o combate à corrupção” e minimizou a relação com o então vice-líder do governo. “Vocês estão há quase dois anos sem ouvir sobre corrupção no meu governo. Meu governo são os ministros, estatais e bancos oficiais – esse é meu governo”, declarou, desvinculando-se das acusações contra o senador. No mesmo dia Chico Rodrigues pediu para sair do posto de vice-líder do governo.
De acordo com a ferramenta do Congresso em Foco que mede o governismo dos deputados e senadores, Chico Rodrigues foi fiel a Bolsonaro em 97% das votações nominais em plenário. No Senado, o alinhamento médio ao governo era de 87%.
Advogados do senador emitiram uma nota em outubro afirmando que o dinheiro encontrado nas nádegas do congressista tinha origem lícita e seria destinado para o pagamento de funcionários.
Segundo mostrou o Congresso em Foco, durante o período de afastamento dos trabalhos legislativos, Chico Rodrigues não recebe o salário mensal (de R$ 33.763,00) não tem acesso à estrutura administrativa do gabinete parlamentar, mas mantém plano de saúde e imóvel funcional.
Fonte Congresso em Foco