A Procuradoria do Trabalho em Campina Grande instaurou procedimento na manhã desta terça-feira (28) para apurar denúncias de que funcionários de lojas da cidade teriam sido obrigados pelos patrões a participar de protesto que pedia a reabertura do comércio.
Logo após a manifestação, ocorrida nesta segunda-feira (27), no centro de Campina Grande, fotografias de funcionários rezando ajoelhados em frentes às lojas fechadas circularam na internet.
O presidente do Sindicato dos Comerciários de Campina Grande, José Nascimento Coelho, declarou que recebeu algumas denúncias de empregados que foram ameaçados de demissão se não estivessem presentes no ato. “Alguns nos informaram que a pressão foi feita de maneira direta. Disseram que seriam demitidos se não fossem ao protesto”, afirmou.
Ele não confirmou se os funcionários teriam também sido obrigados a se ajoelhar para rezar. “Não tenho essa informação. Isso precisa ser apurado. Ninguém nos relatou ainda que houve esse tipo de obrigação”, disse.
Diante das fotografias que circularam na internet e da veiculação de notícias em órgãos de imprensa local, a procuradora do Trabalho Andressa Lucena instaurou procedimento formal para apurar o caso.
Ela informou que ainda não havia provas de que as pessoas teriam sido coagidas a participar do protesto. Declarou também, na tarde desta terça-feira (28), que não havia recebido denúncia formal.
“As fotografias circularam na internet e na imprensa. Resolvi instaurar um procedimento investigatório para apurar se houve algum tipo de coação. Até agora, não há provas”, informou.
O decreto municipal que restringia a abertura das lojas em Campina Grande valia até o dia 19 de abril. Depois desta data, a regra não foi prorrogada. No entanto, há um decreto estadual em vigor até o dia 3 de maio que proíbe a abertura do comércio no estado.
A Paraíba tem 699 casos confirmados do novo coronavírus e 58 óbitos em decorrência da doença. Em Campina Grande, foram contabilizados 45 pacientes com a Covid-19.
Fonte: Redação com Ascom