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O ano de 2020 mal começou, mas pode se tornar duradouro, complicado e render uma baita dor de cabeça para os brasileiros que estão afundados em dívidas a serem acertadas – situação que ainda não foi nem arranhada pela tímida recuperação econômica do país esboçada em 2019.
Pesquisa divulgada nessa terça-feira (28/01/2020) mostra que oito em cada dez (85%) entrevistados possuem, atualmente, contas ou dívidas para pagar.
Os débitos mais mencionados são os de cartão de crédito (63%), de empréstimos em instituições financeiras (21%), de crediário em lojas (18%) e com planos de saúde (17%).
Os números são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Foram ouvidos 813 consumidores.
“As famílias ainda enfrentam dificuldades para honrar compromissos em dia, tanto é que há um estoque elevado de pessoas com contas sem pagar”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Renegociação
Uma das alternativas para se livrar das dívidas de maneira mais confortável é negociá-las com os credores, que são empresas, bancos ou pessoas a quem se deve.
A renegociação de dívida é uma prática comum no sistema financeiro e ocorre ante um acordo entre as duas partes, como a diminuição da taxa de juros, por exemplo.
Educadora financeira da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), Ana Lúcia Rocha Soares defende que as pessoas devem procurar renegociar as dívidas sempre antes de “virar uma bola de neve”.
A especialista explica que não se é possível estipular um valor mínimo para começar a renegociar e que isso depende de pessoa para pessoa.
É o caso de alguém que ficou desempregado. A dívida para essa pessoa, por menor que seja, pode ter ficado bastante alta com a situação.
“As pessoas devem procurar uma renegociação de dívida antes de começar a virar uma bola de neve. Ou seja, sempre que perceberem quando não vão conseguir pagar, é um grande sinal de alerta”, recomenda.
Cinco passos
Especialistas indicam pelo menos cinco passos para renegociar as dívidas com sabedoria e não acabar se prejudicando mais ainda.
  1. Levantamento: o primeiro passo é levantar todas as dívidas que se têm a pagar, das menores às maiores. Liste o que se deve no cartão de crédito, em cheque especial e em empréstimos. O levantamento é importante para que se conheça as dívidas e a quem se deve.
  2. Orçamento: em seguida, é essencial saber o quanto se consegue pagar por mês. Anotar o que sai e o que entra. Pesquisa do SPC Brasil aponta que apenas 52% das pessoas fazem o controle do orçamento.
  3. Cortes: uma lista de cortes no orçamento pessoal também é bem-vinda. O que pode ser dispensável, mesmo que temporariamente?
  4. Procurar os credores: é hora de renegociar. Trocar as dívidas atuais por dívidas mais baratas. Ana Lúcia lembra que os bancos têm aproveitado a queda da taxa Selic e reduzido o crédito consignado, por exemplo.
  5. Organizar-se: com a renegociação, é necessário agora se organizar para não voltar à lista de devedores. “O consumidor que conhece sua relação de receitas e despesas está menos propenso a se endividar”, aponta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Mutirão de renegociação
Promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pelo Banco Central (BC), instituições financeiras realizaram, em dezembro do ano passado, um mutirão para renegociar as dívidas com os clientes.
Roque Pellizzaro Junior, do SPC Brasil, destaca que esses mutirões ajudaram a diminuir o número de inadimplentes no país.
Mais de 820 mil pessoas participaram do mutirão. O volume renegociado foi de R$ 4,5 bilhões, 62% maior do que o registrado em uma semana padrão. O desconto médio ficou em 65% e o prazo para pagamento da dívida em 58 parcelas.
O diretor de diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Maurício Moura, disse, no início deste mês, que os bancos devem realizar dois mutirões em 2020, um em cada semestre.
Com informações de Metrópoles

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