A indústria de cliques fraudulentos em publicidade digital deve causar um prejuízo de US$ 42 bilhões em 2019, de acordo com a consultoria Juniper Research.
O executivo da ClickCease, empresa que combate fake cliques, Michel Primo afirma que, de modo geral, as fraudes se dividem em duas categorias.
“Tem dois tipos de fraude: a fraude de concorrentes que promovem os clicks artificiais para prejudicar outras empresas que competem com ela no mercado. Então, ela quer, na verdade, consumir o orçamento do concorrente, e existem um segundo tipo de fraude, que é a fraude de veículos, sites, portais, que procuram promover uma audiência maior do que a real para poder ter uma receita publicitária maior do que deveriam”, conta.
Segundo Michel Primo, as chamadas Click Frauds envolvem ações que forçam o anunciante a gastar com cliques que não foram feitos por consumidores reais. Nesse caso, robôs clicam de maneira consecutiva em anúncios e fazem o responsável por ele pagar por visualizações que não atingiram potenciais clientes verdadeiros – ou seja, não há ganho direto para o responsável pelo golpe.
As Ad Frauds, por outro lado, são estratégias que fazem com que as empresas paguem por visualizações e interações com anúncios em sites maliciosos sem obter qualquer retorno publicitário com isso. Um exemplo são páginas com conteúdo fake que recebem um volume alto de tráfego por redirecionamento de links automáticos, mas que não entregam qualquer retorno para o anunciante.
Para o especialista em direito digital Frank de Oliveira, o Brasil é um dos principais mercados mundiais na publicidade digital, e, por isso se torna alvo desse tipo de golpe.
“Um tipo de fraude que está cada dia mais comum é o envio de anúncios, por exemplo, de descontos de planos de saúde, em assistências jurídicas, em planos escolares com benefícios, e, a partir desses anúncios, as pessoas que são vítimas clicam no link. Ao clicar no link, que é um anúncio, gera-se a rentabilização monetária para o fraudador que fez a geração do anúncio. Então, esta é uma fraude cada dia mais recorrente, que vem envolvendo a área de publicidade”, disse.
Segundo a ClickCease, entre as melhores estratégias para evitar golpes na publicidade digital, estão softwares que monitoram o tráfego e identificam comportamentos anormais, assim como a escolha adequada dos parceiros que fazem parte do ecossistema de marketing da empresa.
Segundo estimativa da Juniper Research, o prejuízo causado por cliques fraudulentos deve bater a marca dos US$ 100 bilhões anuais em 2023.
Fonte: Agência do Rádio