O atirador que deixou pelo menos 10 mortos em um supermercado na cidade de Buffalo, em Nova York, foi identificado. Payton Gendron tem 18 anos, é branco e, segundo informações oficiais, teria motivações raciais para cometer o crime. Ele é acusado de “morte com premeditação”.
Segundo as autoridades judiciárias locais e a polícia, Payton usava capacete equipado com câmara para transmitir o seu crime ao vivo pela internet, colete à prova de balas e roupas de tipo militar. O ataque foi descrito como “terrorismo doméstico” pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
“Investigamos este incidente como um crime de ódio e um caso de violência extremista de motivação racial”, declarou Stephen Belongia, agente especial do escritório do FBI em Buffalo, perto da fronteira com o Canadá. O presidente Joe Biden agradeceu pelo trabalho da polícia e dos serviços de emergência.
“Qualquer ato de terrorismo doméstico, incluindo um ato cometido em nome de uma repugnante ideologia de nacionalismo branco, é antitético a tudo o que defendemos nos Estados Unidos”, afirmou em um comunicado.
O comissário de polícia de Buffalo, Joseph Gramaglia, informou que pelo menos 10 pessoas morreram e três ficaram feridas. Onze vítimas eram afro-americanas. O agressor disparou primeiro contra quatro pessoas no estacionamento do supermercado, três das quais morreram, e depois entrou na loja e continuou atirando, explicou o xerife da cidade no oeste do estado de Nova York.
Entre os mortos dentro do estabelecimento estava um policial aposentado que trabalhava como segurança e estava armado. O funcionário “confrontou o suspeito”, mas o atirador – que estava protegido por um colete à prova de balas – o matou com seus disparos, disse Gramaglia.
Pura maldade Quando a polícia chegou ao local, o atirador apontou a arma para si mesmo, na altura do pescoço, antes de se entregar às autoridades, ainda de acordo com Gramaglia.
Foi um ato de “pura maldade”, disse John Garcia, xerife do condado de Erie, onde fica Buffalo. “É um crime racista e motivado pelo ódio”, acrescentou.
A imprensa americana informou que as autoridades investigam um manifesto “de caráter racista” divulgado na internet, no qual o suspeito explicaria seus planos e motivações.
O jornal The New York Times afirma que o suspeito se “inspirou” em atos de supremacia branca, como o assassinato de 51 muçulmanos em mesquitas da cidade neozelandesa de Christchurch em 2019.
De acordo com o jornal local The Buffalo News, a arma semiautomática usada no tiroteio tinha epíteto racial e o número 14, símbolo da supremacia.
O promotor distrital do condado, John Flynn, disse que o suspeito usou uma “arma de ataque”, mas não especificou o tipo.
O gabinete do promotor afirmou que o atirador foi detido sem direito a fiança e acusado por assassinato em primeiro grau, o que pode resultar em pena de prisão perpétua sem liberdade condicional.
Questionada pela imprensa se o agressor poderia enfrentar a pena de morte a nível federal, a procuradora do distrito oeste de Nova York, Trini Ross, respondeu: “Todas as opções estão na mesa”.