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Em 2023, a economia brasileira criou um saldo de quase 1,5 milhão de empregos com carteira assinada. Mas o saldo de vagas foi menor pelo segundo ano seguido.

“Eu tenho fé em Deus que hoje sai uma vaga de emprego. Estou precisando”, diz Túlio Saraiva, desempregado.

Essa é a rotina do Túlio há oito meses. Nesta terça-feira (30), ele esteve na agência de empregos em Ceilândia, a 30 km de Brasília. Em 2023, a criação de empregos formais no país perdeu fôlego. Ainda assim, o saldo foi positivo. No balanço final, foram criados 1,48 milhão de empregos com carteira assinada. As contratações somaram 23 milhões e as demissões, quase 22 milhões.

Em 2021, foram quase 2,8 milhões de empregos criados. Em 2020, ano em que começou a pandemia de Covid, o saldo foi negativo: as demissões superaram as contratações em 192 mil.

Em dezembro de 2023, o salário médio pago nas contratações foi de R$ 2.026,33. Um ano antes, R$ 1986,15. Todas as regiões do país criaram vagas e, em todos os setores da economia, o saldo foi positivo.

Como tradicionalmente ocorre, o setor de serviços – que representa quase 70% da atividade econômica – foi o que mais contratou: 880 mil vagas. Em seguida, o comércio, a construção civil, a indústria e a agropecuária.

Os números do governo revelam que estão crescendo os postos de trabalho chamados de atípicos. São os temporários e os intermitentes – que passaram a existir a partir da reforma trabalhista, que entrou em vigor em 2018. Esses postos têm alta rotatividade e salários mais baixos. É nesse segmento que o José Souza Santos quer entrar.

“Se eu não tiver esperança, aí eu não vou conseguir nada. Então, a gente tem que ter esperança, é correr atrás”, diz.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu a desaceleração nas contratações à taxa de juros e ao endividamento das famílias.

O economista Rodolpho Tobler disse que o ritmo menor de criação de vagas era esperado.

“É em um ritmo mais baixo que 2021 e que em 2022 muito pelo impacto da pandemia. Em 2020, a gente teve um impacto muito forte no mercado de trabalho, até com queda no ano na geração de empregos formais. E aí 2021, a gente começa a ter uma recuperação, com um número mais forte. 2022 tem uma recuperação de novo, e agora, 2023 já é um ano mais próximo da normalidade. Então, naturalmente, a gente teria uma taxa um pouco mais baixa. Por isso essa desaceleração”, explica.”

Fonte: G1

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